Brasil Colônia ou Brasil colonial foi o
período colonial brasileiro da forma definida pela
historiografia,
em que o território brasileiro era em uma colônia do império ultramarino português. Foi marcado pelo
início do povoamento (fim do período pré-colonial brasileiro,
em 1530)
e não do descobrimento do Brasil pelos
portugueses se estendendo até a sua elevação a reino unido com Portugal,
em 1815.
Antes do descobrimento pelos europeus - alcançado por uma expedição portuguesa -, em 1500, o
território que hoje é chamado de Brasil era
habitado por indígenas.
A economia do período colonial brasileiro foi caracterizada pelo
tripé monocultura, latifúndio e mão de obra escrava, e, apesar das grandes
diferenças regionais, manteve-se, no período colonial, a unidade linguística,
tendo se formado, nessa época, o povo
brasileiro, junção e miscigenação de europeus, africanos e ameríndios, formando uma cultura
autóctone característica.
Em contraste com as fragmentadas possessões espanholas vizinhas, a
colónia portuguesa, construída na América do
Sul, manteve a sua unidade e integridade territorial e linguística
mesmo após a independência, dando origem ao maior país da região.
História
De 1500 a 1530, quando o território ainda era chamado Terra de Santa
Cruz, o contato dos portugueses com a terra limitou-se a expedições rápidas
para coleta e transporte de pau-brasil e também de patrulha. É a
partir de 1531, devido à ameaça francesa, que a nova colônia passará a ser povoada, durante a
expedição de Martim Afonso de Sousa. Em 1532, é
fundada a vila de São Vicente.Prevendo a possível invasão do território por potências rivais, a Coroa portuguesa lança mão de um
instituto já utilizado na ilha da Madeira:
a capitania.
A instalação das primeiras capitanias no litoral nordeste brasileiro
traz consigo uma consequência trágica: os conflitos com os índios do litoral
que - se até então foram aliados de trabalho, neste momento passam a ser um
entrave, uma vez que disputavam com os recém chegados o acesso às melhores
terras. Destes conflitos entre portugueses e índios o saldo é a mortandade
indígena causada por conflitos armados ou por epidemias diversas.
A fase do
açúcar e as capitanias hereditárias - séculos XVI e XVII
O açúcar era um produto de grande aceitação na Europa, onde
alcançava grande valor de venda. Após as experiências positivas de cultivo
na região Nordeste do Brasil, já que a cana
se adaptou bem ao clima e ao solo, teve início o plantio em larga escala. Seria
uma forma de Portugal lucrar com o comércio do açúcar, além de começar o
povoamento do Brasil.
Para melhor organizar a colônia, o rei resolveu dividir o Brasil emcapitanias
hereditárias. O território foi dividido em quinze faixas de terras doadas
aos donatários. Estes podiam explorar os recursos da terra, mas ficavam
encarregados de povoar, proteger e estabelecer o cultivo da cana-de-açúcar.
Em geral, o sistema fracassou, em função da grande distância da
Metrópole, da falta de recursos e dos ataques de indígenas e piratas.
As capitanias de São Vicente e Pernambuco, que focaram no cultivo da
cana-de-açúcar, foram as únicas que apresentaram resultados, graças aos
investimentos do rei e de empresários.
Administração
colonial
Após a tentativa fracassada de estabelecer as capitanias hereditárias,
a coroa portuguesa estabeleceu no Brasil um Governo-Geral como
forma de centralizar a administração, tendo mais controle da colônia. As
capitanias hereditárias fracassadas foram transformadas em capitanias gerais.
O primeiro governador-geral foi Tomé de Sousa,
que recebeu a missão de combater os indígenas rebeldes, aumentar a produção
agrícola no Brasil, defender o território e procurar jazidas de ouro e prata.
Também começavam a existir câmaras municipais, órgãos políticos
compostos pelos "homens-bons". Estes eram os ricos proprietários que
definiam os rumos políticos das vilas e cidades. O povo não podia participar da
vida pública nesta fase.
As instituições municipais eram compostas por um alcaide que
tinha funções administrativas e judiciais, juizes ordinários, vereadores, almotacés e
os "homens bons". As juntas do povo decidiam sobre diversos assuntos
da Capitania.
A capital do Brasil neste período foi Salvador,
pois a região Nordeste era a mais desenvolvida e
rica do país. Além disso, Salvador como cidade litorânea, exercia grande papel
na facilitação de envio dos produtos canavieiros à Europa, via Navios.
Posteriormente com a ascensão de outras regiões econômicas, outros estados
coloniais foram criados, Estado do Maranhão e Piauí e o Estado do Grão-Pará e
Rio Negro, com capitais respectivamente em São Luís e Belém.
Desta forma, administrativamente o território colonial do Brasil dispôs de três
capitais até 1775: Salvador (alternadamente com o Rio de Janeiro) no Estado do Brasil;
São Luís no Estado do Maranhão e Piauí; e Belém no Estado do Grão-Pará e Rio
Negro.
A economia
açucareira
A base da economia colonial era o engenho de açúcar. O senhor de
engenho era um fazendeiro proprietário da unidade de produção de açúcar. Utilizava
a mão-de-obra africana escrava e
tinha como objetivo principal a venda do açúcar para o mercado europeu. Além do
açúcar, destacou-se, também, a produção de tabaco e de algodão.
As plantações ocorriam no sistema de plantation,
ou seja, eram grandes fazendas produtoras de um único produto, utilizando
mão-de-obra escrava e visando o comércio exterior.
O Brasil se tornou o maior produtor de açúcar nos séculos XVI e XVII.
As principais regiões açucareiras eram Pernambuco, Bahia, parte do Rio de
Janeiro e São Vicente (São Paulo).
O pacto colonial imposto por Portugal
estabelecia que o Brasil (colônia) só podia fazer comércio com a metrópole
(Portugal), não devendo concorrer com produtos produzidos lá. Logo, o Brasil
não podia produzir nada que a metrópole produzisse.
O monopólio comercial foi, de certa forma, imposto pelo governo
da Inglaterra a
Portugal, com o objetivo de garantir mercado aos comerciantes ingleses. A
Inglaterra havia feito uma aliança com Portugal, oferecendo apoio
militar em meio a uma guerra pela sucessão da Coroa
Espanhola e ajuda diplomática a Portugal, em troca, os
portugueses abriam seus portos a manufaturas britânicas,
já que Portugal não tinha grandes indústrias. Nessa época, Portugal e suas
colônias, inclusive o Brasil, foram abastecidas com tais produtos. Portugal se
beneficiava do monopólio, mas o país era dependente comercialmente da
Inglaterra. O Tratado de Methuen foi uma das alianças
luso-britânicas.
A colônia vendia metais, produtos tropicais e subtropicais a preços
baixos, estabelecidos pela metrópole, e comprava dela produtos manufaturados e
escravos a preços bem mais altos, garantindo assim o lucro de Portugal em
qualquer das transações.
A sociedade
colonial
A sociedade no período do açúcar era marcada pela grande diferenciação
social. No topo da sociedade, com poderes políticos e econômicos, estavam os
senhores de engenho.
Abaixo, aparecia uma camada média formada por pessoas livres (feitores, capatazes,
padres, militares, comerciantes e artesãos) e funcionários públicos. E na base
da sociedade estavam os escravos, de origem africana, tratados como simples
mercadorias e responsáveis por quase todo trabalho desenvolvido na colônia
Era uma sociedade patriarcal, pois o senhor de engenho exercia um
grande poder social. As mulheres tinham poucos poderes e nenhuma participação
política, deviam apenas cuidar do lar e dos filhos.
A casa-grande era a residência da família do
senhor de engenho. Nela moravam, além da família, alguns agregados. O conforto
da casa grande contrastava com a miséria e péssimas condições de higiene
das senzalas (habitações
dos escravos).
Alimentação
no Brasil Colônia
Os portugueses que vieram para o Brasil tiveram
que alterar seus hábitos alimentares. O trigo, por exemplo, foi
substituído pela farinha de mandioca,
o mais importante alimento da colônia. A mandioca, de origem indígena, foi
adotada no Brasil por africanos e portugueses, sendo usada para fazer bolos,
sopas, beijus ou simplesmente para se comer misturada ao açúcar.
Além da farinha, no engenho também se consumiam: carne-seca, milho, rapadura,arroz, feijão e
condimentos como pimenta e azeite de dendê. As
verduras, as frutas, a manteiga e os queijos eram raros e só entravam na
alimentação dos ricos. Mas não faltavam doces, que eram consumidos em grande
quantidade, tanto no campo como nas cidades.
Alimentação diferente experimentaram os moradores de Recife e Olinda durante
a invasão holandesa (1624-1625 e 1630-1654),
uma vez que vinha da Holanda o toucinho, manteiga, azeite, vinho, aguardente,
peixe seco, bacalhau, trigo, carne salgada, fava, ervilha, cevada e feijão.
Tanto nas casas mais humildes como nas dos senhores de engenho, as refeições
eram feitas utilizando a mão, devido à ausência de garfo, este só começando a
integrar o dia a dia a partir o século XIX. Outro costume de todas as
classes era o de comer sentado no chão.
As bebidas alcoólicas consumidas eram principalmente a bagaceira e
o vinho,
trazidos de Portugal. Nos engenhos de açúcar logo foi descoberto o
vinho de cana, ou seja, o caldo de cana fermentado, muito apreciado pelos
escravos. Na primeira metade do século XVII descobriu-se que os
subprodutos da produção do açúcar,
o melaço e
as espumas, misturados com água fermentavam e podiam ser destilados obtendo-se
a cachaça.
Ela também podia ser fabricada com o vinho de cana. Devido ao baixo preço e
facilidade de produção, aos poucos foi caindo no gosto da população, ao menos
entre os escravos e as pessoas de baixo poder aquisitivo. Com o tempo, as
classes abastadas foram paulatinamente também adotando a cachaça.
Invasões
francesas do Brasil
Os franceses, liderados por Napoleão Bonaparte invadiram Portugal,
fazendo com que a Coroa Portuguesa viesse para o Brasil. Quando D. João VI
chegou no Brasil, trouxe diversas melhorias ao país, causando a revolta do Porto. A
revolta na cidade do Porto (Portugal) queria tirar o poder de D. João VI,
transferir esse poder para uma assembleia de representantes eleitos pelo povo
(corte), escrever uma constituição e anular as medidas de D. João VI em relação
ao Brasil.
Invasões
holandesas do Brasil
Entre os anos de 1630 e 1654, o Nordeste brasileiro foi alvo de ataques
e fixação de neerlandeses. Interessados no comércio de
açúcar, os neerlandeses implantaram um governo no território. Sob o comando
de Maurício de Nassau, permaneceram lá até
serem expulsos em 1654. Nassau desenvolveu diversas obras em Recife,
modernizando a cidade.
Expansão
territorial: bandeiras e bandeirantes
Foram os bandeirantes os responsáveis pela
ampliação do território brasileiro além do tratado de Tordesilhas. Os bandeirantes
penetravam no território brasileiro, procurando índios para aprisionar e
jazidas de ouro e diamantes. Foram os bandeirantes que encontraram as primeiras
minas de ouro nas regiões de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso.
O século do
ouro: século XVIII
Após a descoberta das primeiras minas de ouro, o rei de Portugal tratou
de organizar sua extração. Interessado nesta nova fonte de lucros, já que o
comércio de açúcar passava por uma fase de declínio, ele começou a cobrar
o quinto do ouro, imposto equivalente a um quinto (20%)
de todo o ouro que fosse encontrado no Brasil. Esse imposto era cobrado
nas casas de fundição, responsáveis por fundir o
ouro; dessa forma, a cobrança dos impostos era mais rigorosa.
A descoberta de ouro e o início da exploração das minas nas regiões
auríferas (Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás) provocaram uma verdadeira
"corrida do ouro" para estas regiões. Procurando trabalho na região,
desempregados de várias regiões do país partiram em busca do sonho de ficar
rico da noite para o dia.
Cidades começaram a surgir e o desenvolvimento urbano e cultural
aumentou muito nestas regiões. Foi neste contexto que apareceu um dos mais
importantes artistas plásticos do Brasil: o Aleijadinho.
Vários empregos surgiram nestas regiões, diversificando o mercado de
trabalho na região aurífera.
Para acompanhar o desenvolvimento da região sudeste, e impedir a evasão fiscal
e o contrabando de ouro, a capital do país foi transferida para o Rio de Janeiro.
Identidade e
nacionalidade
Os naturais do Brasil eram portugueses; diferenciavam-se dos ameríndios
e dos escravos que não tinham direitos de cidadania. Nesta época o vocábulo
"brasileiro" designava apenas o nome dos comerciantes de pau
brasil. Só depois da independência do Brasil se pode diferenciar brasileiros e
portugueses, visto que é um anacronismo chamar brasileiro a quem morreu
português antes da independência. Distinguia-se o cidadão português natural do
Brasil dos outros portugueses da metrópole e províncias ultramarinas (português
de Angola, português de Macau, português de Goa, etc) designando-o de Português
do Brasil, Luso Americano ou pelo nome da cidade de
nascimento. A partir do século XVII o termo "reinóis"
era usado popularmente no Brasil para designar os portugueses nascidos em
Portugal e os distinguir daqueles nascidos no Brasil. Dentro do Brasil
podiam-se diferenciar os cidadãos em nível regional, por exemplo os pernambucanos dos baianos,
no entanto a nível nacional e a nível internacional eram todos conhecidos como
portugueses. Os escravos davam o nome de "mazombo" aos filhos
de portugueses nascidos no Brasil, e mais tarde a qualquer europeu.
Revoltas
coloniais e conflitos
Em função da exploração exagerada da metrópole, ocorreram várias
revoltas e conflitos neste período:
·
Entrincheiramento de Iguape: A força
portuguesa, liderados por Pero de Góis,
ao desembarcar na barra de Icapara, em Iguape, foram recebidos sob o fogo da artilharia,
sendo desbaratada. Na retirada, os sobreviventes foram surpreendidos pelas
forças espanholas emboscadas na foz da barra do Icapara, onde os remanescentes
pereceram, sendo gravemente ferido o seu capitão Pero de Góis, por um tiro
de arcabuz.
·
Guerra dos Emboabas: os bandeirantes paulistas
queriam exclusividade na exploração do ouro nas minas que encontraram; Entraram
em choque com os imigrantes portugueses que estavam explorando o ouro das
minas.
·
Guerra de
Iguape: Ocorreu entre os anos de 1534 e 1536, na região de São Vicente, São Paulo. Ruy Garcia de Moschera e
o "Bacharel de Cananeia",
aliados aos espanhóis, embarcaram em um navio francês, capturado em Cananeia e
atacaram a vila de São Vicente, que saquearam e incendiaram, deixando-a
praticamente destruída, matando dois terços dos seus habitantes.
·
Guerra dos Mascates: que se registrou de 1710 a
1711 na então Capitania de Pernambuco.
·
Guerras Guaraníticas: espanhóis e
portugueses (apoiados pelos ingleses) entram em conflito com os índios guaranis catequizados
pelos jesuítas,
de 1751 a 1758.
·
Revolta de Felipe dos Santos: ocorrida em
Vila Rica, representou a insatisfação dos donos de minas de ouro com a cobrança
do quinto e das Casas de Fundição. O líder Felipe dos Santos Freire foi preso e
condenado à morte pela coroa portuguesa.
·
Revolta de Beckman: Ocorreu em fevereiro de
1684, no estado do Maranhão, liderado pelos irmãos Manuel e Tomas Beckman,
apenas reivindicando melhorias na administração colonial, o governo português
reprimiu violentamente o movimento.
·
Inconfidência Mineira (1789):
liderada por Tiradentes, os inconfidentes mineiros eram contra a execução
da Derrama e
o domínio português. O movimento foi descoberto pelo rei de Portugal e os
líderes condenados.
·
Conjuração Baiana (1798): Também conhecida
como "Revolta dos Alfaiates". Revolta de caráter emancipacionista
ocorrida na então Capitania da Bahia. Foi punida duramente pela Coroa de
Portugal.
Fonte: Wikipédia
A fase do
açúcar e as capitanias hereditárias - séculos XVI e XVII
O açúcar era um produto de grande aceitação na Europa, onde
alcançava grande valor de venda. Após as experiências positivas de cultivo
na região Nordeste do Brasil, já que a cana
se adaptou bem ao clima e ao solo, teve início o plantio em larga escala. Seria
uma forma de Portugal lucrar com o comércio do açúcar, além de começar o
povoamento do Brasil.
Para melhor organizar a colônia, o rei resolveu dividir o Brasil emcapitanias
hereditárias. O território foi dividido em quinze faixas de terras doadas
aos donatários. Estes podiam explorar os recursos da terra, mas ficavam
encarregados de povoar, proteger e estabelecer o cultivo da cana-de-açúcar.
Em geral, o sistema fracassou, em função da grande distância da
Metrópole, da falta de recursos e dos ataques de indígenas e piratas.
As capitanias de São Vicente e Pernambuco, que focaram no cultivo da
cana-de-açúcar, foram as únicas que apresentaram resultados, graças aos
investimentos do rei e de empresários.
Administração
colonial
Após a tentativa fracassada de estabelecer as capitanias hereditárias,
a coroa portuguesa estabeleceu no Brasil um Governo-Geral como
forma de centralizar a administração, tendo mais controle da colônia. As
capitanias hereditárias fracassadas foram transformadas em capitanias gerais.
O primeiro governador-geral foi Tomé de Sousa,
que recebeu a missão de combater os indígenas rebeldes, aumentar a produção
agrícola no Brasil, defender o território e procurar jazidas de ouro e prata.
Também começavam a existir câmaras municipais, órgãos políticos
compostos pelos "homens-bons". Estes eram os ricos proprietários que
definiam os rumos políticos das vilas e cidades. O povo não podia participar da
vida pública nesta fase.
As instituições municipais eram compostas por um alcaide que
tinha funções administrativas e judiciais, juizes ordinários, vereadores, almotacés e
os "homens bons". As juntas do povo decidiam sobre diversos assuntos
da Capitania.
A capital do Brasil neste período foi Salvador,
pois a região Nordeste era a mais desenvolvida e
rica do país. Além disso, Salvador como cidade litorânea, exercia grande papel
na facilitação de envio dos produtos canavieiros à Europa, via Navios.
Posteriormente com a ascensão de outras regiões econômicas, outros estados
coloniais foram criados, Estado do Maranhão e Piauí e o Estado do Grão-Pará e
Rio Negro, com capitais respectivamente em São Luís e Belém.
Desta forma, administrativamente o território colonial do Brasil dispôs de três
capitais até 1775: Salvador (alternadamente com o Rio de Janeiro) no Estado do Brasil;
São Luís no Estado do Maranhão e Piauí; e Belém no Estado do Grão-Pará e Rio
Negro.
A economia
açucareira
A base da economia colonial era o engenho de açúcar. O senhor de engenho era um fazendeiro proprietário da unidade de produção de açúcar. Utilizava a mão-de-obra africana escrava e tinha como objetivo principal a venda do açúcar para o mercado europeu. Além do açúcar, destacou-se, também, a produção de tabaco e de algodão.
A base da economia colonial era o engenho de açúcar. O senhor de engenho era um fazendeiro proprietário da unidade de produção de açúcar. Utilizava a mão-de-obra africana escrava e tinha como objetivo principal a venda do açúcar para o mercado europeu. Além do açúcar, destacou-se, também, a produção de tabaco e de algodão.
As plantações ocorriam no sistema de plantation,
ou seja, eram grandes fazendas produtoras de um único produto, utilizando
mão-de-obra escrava e visando o comércio exterior.
O Brasil se tornou o maior produtor de açúcar nos séculos XVI e XVII.
As principais regiões açucareiras eram Pernambuco, Bahia, parte do Rio de
Janeiro e São Vicente (São Paulo).
O pacto colonial imposto por Portugal
estabelecia que o Brasil (colônia) só podia fazer comércio com a metrópole
(Portugal), não devendo concorrer com produtos produzidos lá. Logo, o Brasil
não podia produzir nada que a metrópole produzisse.
O monopólio comercial foi, de certa forma, imposto pelo governo
da Inglaterra a
Portugal, com o objetivo de garantir mercado aos comerciantes ingleses. A
Inglaterra havia feito uma aliança com Portugal, oferecendo apoio
militar em meio a uma guerra pela sucessão da Coroa
Espanhola e ajuda diplomática a Portugal, em troca, os
portugueses abriam seus portos a manufaturas britânicas,
já que Portugal não tinha grandes indústrias. Nessa época, Portugal e suas
colônias, inclusive o Brasil, foram abastecidas com tais produtos. Portugal se
beneficiava do monopólio, mas o país era dependente comercialmente da
Inglaterra. O Tratado de Methuen foi uma das alianças
luso-britânicas.
A colônia vendia metais, produtos tropicais e subtropicais a preços
baixos, estabelecidos pela metrópole, e comprava dela produtos manufaturados e
escravos a preços bem mais altos, garantindo assim o lucro de Portugal em
qualquer das transações.
A sociedade
colonial
A sociedade no período do açúcar era marcada pela grande diferenciação
social. No topo da sociedade, com poderes políticos e econômicos, estavam os
senhores de engenho.
Abaixo, aparecia uma camada média formada por pessoas livres (feitores, capatazes,
padres, militares, comerciantes e artesãos) e funcionários públicos. E na base
da sociedade estavam os escravos, de origem africana, tratados como simples
mercadorias e responsáveis por quase todo trabalho desenvolvido na colônia
Era uma sociedade patriarcal, pois o senhor de engenho exercia um
grande poder social. As mulheres tinham poucos poderes e nenhuma participação
política, deviam apenas cuidar do lar e dos filhos.
A casa-grande era a residência da família do
senhor de engenho. Nela moravam, além da família, alguns agregados. O conforto
da casa grande contrastava com a miséria e péssimas condições de higiene
das senzalas (habitações
dos escravos).
Alimentação
no Brasil Colônia
Os portugueses que vieram para o Brasil tiveram
que alterar seus hábitos alimentares. O trigo, por exemplo, foi
substituído pela farinha de mandioca,
o mais importante alimento da colônia. A mandioca, de origem indígena, foi
adotada no Brasil por africanos e portugueses, sendo usada para fazer bolos,
sopas, beijus ou simplesmente para se comer misturada ao açúcar.
Além da farinha, no engenho também se consumiam: carne-seca, milho, rapadura,arroz, feijão e
condimentos como pimenta e azeite de dendê. As
verduras, as frutas, a manteiga e os queijos eram raros e só entravam na
alimentação dos ricos. Mas não faltavam doces, que eram consumidos em grande
quantidade, tanto no campo como nas cidades.
Alimentação diferente experimentaram os moradores de Recife e Olinda durante
a invasão holandesa (1624-1625 e 1630-1654),
uma vez que vinha da Holanda o toucinho, manteiga, azeite, vinho, aguardente,
peixe seco, bacalhau, trigo, carne salgada, fava, ervilha, cevada e feijão.
Tanto nas casas mais humildes como nas dos senhores de engenho, as refeições
eram feitas utilizando a mão, devido à ausência de garfo, este só começando a
integrar o dia a dia a partir o século XIX. Outro costume de todas as
classes era o de comer sentado no chão.
As bebidas alcoólicas consumidas eram principalmente a bagaceira e
o vinho,
trazidos de Portugal. Nos engenhos de açúcar logo foi descoberto o
vinho de cana, ou seja, o caldo de cana fermentado, muito apreciado pelos
escravos. Na primeira metade do século XVII descobriu-se que os
subprodutos da produção do açúcar,
o melaço e
as espumas, misturados com água fermentavam e podiam ser destilados obtendo-se
a cachaça.
Ela também podia ser fabricada com o vinho de cana. Devido ao baixo preço e
facilidade de produção, aos poucos foi caindo no gosto da população, ao menos
entre os escravos e as pessoas de baixo poder aquisitivo. Com o tempo, as
classes abastadas foram paulatinamente também adotando a cachaça.
Invasões
francesas do Brasil
Os franceses, liderados por Napoleão Bonaparte invadiram Portugal,
fazendo com que a Coroa Portuguesa viesse para o Brasil. Quando D. João VI
chegou no Brasil, trouxe diversas melhorias ao país, causando a revolta do Porto. A
revolta na cidade do Porto (Portugal) queria tirar o poder de D. João VI,
transferir esse poder para uma assembleia de representantes eleitos pelo povo
(corte), escrever uma constituição e anular as medidas de D. João VI em relação
ao Brasil.
Invasões
holandesas do Brasil
Entre os anos de 1630 e 1654, o Nordeste brasileiro foi alvo de ataques
e fixação de neerlandeses. Interessados no comércio de
açúcar, os neerlandeses implantaram um governo no território. Sob o comando
de Maurício de Nassau, permaneceram lá até
serem expulsos em 1654. Nassau desenvolveu diversas obras em Recife,
modernizando a cidade.
Expansão
territorial: bandeiras e bandeirantes
Foram os bandeirantes os responsáveis pela
ampliação do território brasileiro além do tratado de Tordesilhas. Os bandeirantes
penetravam no território brasileiro, procurando índios para aprisionar e
jazidas de ouro e diamantes. Foram os bandeirantes que encontraram as primeiras
minas de ouro nas regiões de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso.
O século do
ouro: século XVIII
Após a descoberta das primeiras minas de ouro, o rei de Portugal tratou de organizar sua extração. Interessado nesta nova fonte de lucros, já que o comércio de açúcar passava por uma fase de declínio, ele começou a cobrar o quinto do ouro, imposto equivalente a um quinto (20%) de todo o ouro que fosse encontrado no Brasil. Esse imposto era cobrado nas casas de fundição, responsáveis por fundir o ouro; dessa forma, a cobrança dos impostos era mais rigorosa.
Após a descoberta das primeiras minas de ouro, o rei de Portugal tratou de organizar sua extração. Interessado nesta nova fonte de lucros, já que o comércio de açúcar passava por uma fase de declínio, ele começou a cobrar o quinto do ouro, imposto equivalente a um quinto (20%) de todo o ouro que fosse encontrado no Brasil. Esse imposto era cobrado nas casas de fundição, responsáveis por fundir o ouro; dessa forma, a cobrança dos impostos era mais rigorosa.
A descoberta de ouro e o início da exploração das minas nas regiões
auríferas (Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás) provocaram uma verdadeira
"corrida do ouro" para estas regiões. Procurando trabalho na região,
desempregados de várias regiões do país partiram em busca do sonho de ficar
rico da noite para o dia.
Cidades começaram a surgir e o desenvolvimento urbano e cultural
aumentou muito nestas regiões. Foi neste contexto que apareceu um dos mais
importantes artistas plásticos do Brasil: o Aleijadinho.
Vários empregos surgiram nestas regiões, diversificando o mercado de
trabalho na região aurífera.
Para acompanhar o desenvolvimento da região sudeste, e impedir a evasão fiscal
e o contrabando de ouro, a capital do país foi transferida para o Rio de Janeiro.
Identidade e
nacionalidade
Os naturais do Brasil eram portugueses; diferenciavam-se dos ameríndios
e dos escravos que não tinham direitos de cidadania. Nesta época o vocábulo
"brasileiro" designava apenas o nome dos comerciantes de pau
brasil. Só depois da independência do Brasil se pode diferenciar brasileiros e
portugueses, visto que é um anacronismo chamar brasileiro a quem morreu
português antes da independência. Distinguia-se o cidadão português natural do
Brasil dos outros portugueses da metrópole e províncias ultramarinas (português
de Angola, português de Macau, português de Goa, etc) designando-o de Português
do Brasil, Luso Americano ou pelo nome da cidade de
nascimento. A partir do século XVII o termo "reinóis"
era usado popularmente no Brasil para designar os portugueses nascidos em
Portugal e os distinguir daqueles nascidos no Brasil. Dentro do Brasil
podiam-se diferenciar os cidadãos em nível regional, por exemplo os pernambucanos dos baianos,
no entanto a nível nacional e a nível internacional eram todos conhecidos como
portugueses. Os escravos davam o nome de "mazombo" aos filhos
de portugueses nascidos no Brasil, e mais tarde a qualquer europeu.
Revoltas
coloniais e conflitos
Em função da exploração exagerada da metrópole, ocorreram várias
revoltas e conflitos neste período:
·
Entrincheiramento de Iguape: A força
portuguesa, liderados por Pero de Góis,
ao desembarcar na barra de Icapara, em Iguape, foram recebidos sob o fogo da artilharia,
sendo desbaratada. Na retirada, os sobreviventes foram surpreendidos pelas
forças espanholas emboscadas na foz da barra do Icapara, onde os remanescentes
pereceram, sendo gravemente ferido o seu capitão Pero de Góis, por um tiro
de arcabuz.
·
Guerra dos Emboabas: os bandeirantes paulistas
queriam exclusividade na exploração do ouro nas minas que encontraram; Entraram
em choque com os imigrantes portugueses que estavam explorando o ouro das
minas.
·
Guerra de
Iguape: Ocorreu entre os anos de 1534 e 1536, na região de São Vicente, São Paulo. Ruy Garcia de Moschera e
o "Bacharel de Cananeia",
aliados aos espanhóis, embarcaram em um navio francês, capturado em Cananeia e
atacaram a vila de São Vicente, que saquearam e incendiaram, deixando-a
praticamente destruída, matando dois terços dos seus habitantes.
·
Guerra dos Mascates: que se registrou de 1710 a
1711 na então Capitania de Pernambuco.
·
Guerras Guaraníticas: espanhóis e
portugueses (apoiados pelos ingleses) entram em conflito com os índios guaranis catequizados
pelos jesuítas,
de 1751 a 1758.
·
Revolta de Felipe dos Santos: ocorrida em
Vila Rica, representou a insatisfação dos donos de minas de ouro com a cobrança
do quinto e das Casas de Fundição. O líder Felipe dos Santos Freire foi preso e
condenado à morte pela coroa portuguesa.
·
Revolta de Beckman: Ocorreu em fevereiro de
1684, no estado do Maranhão, liderado pelos irmãos Manuel e Tomas Beckman,
apenas reivindicando melhorias na administração colonial, o governo português
reprimiu violentamente o movimento.
·
Inconfidência Mineira (1789):
liderada por Tiradentes, os inconfidentes mineiros eram contra a execução
da Derrama e
o domínio português. O movimento foi descoberto pelo rei de Portugal e os
líderes condenados.
·
Conjuração Baiana (1798): Também conhecida
como "Revolta dos Alfaiates". Revolta de caráter emancipacionista
ocorrida na então Capitania da Bahia. Foi punida duramente pela Coroa de
Portugal.
Fonte: Wikipédia
Nenhum comentário:
Postar um comentário